Mauá é a cidade que mais desmatou áreas de Mata Atlântica em 2018, afirma projeto

Por Portal Opinião Pública 03/10/2019 - 10:49 hs
Foto: Jornal Opinião Pública
Mauá é a cidade que mais desmatou áreas de Mata Atlântica em 2018, afirma projeto
Parque Ecológico do Jardim Guapituba é um dos parques municipais da cidade que ainda preservam áreas

 

Em meio aos crescentes debates sobre a preservação ambiental no Brasil e no mundo, o projeto “Verdejando”, da TV Globo, divulgou dados não muito animadores sobre Mauá. De acordo com a ação, o município foi o que mais desmatou áreas de Mata Atlântica na região metropolitana de São Paulo, no ano de 2018. Segundo o “Verdejando”, dados da Fundação SOS Mata Atlântica apontam que foram desmatados 14 hectares de mata em Mauá.

No ranking de cidades da região metropolitana de São Paulo que mais desmataram Mata Atlântica em 2018, além de Mauá, também constam os municípios de Mogi das Cruzes (segundo que mais desmatou, com 11 hectares), Guarulhos (8), Caieiras (5) e Suzano (2). Cada hectare corresponde a 10 mil metros quadrados.

Entretanto, o projeto destacou que a área territorial de Mauá, (61,8 quilômetros quadrados) é consideravelmente menor do que a das outras quatro cidades que lideram a lista. A título de comparação, Mogi das Cruzes – a segunda cidade que mais desmatou entre as cinco – possui uma área territorial de 712 quilômetros quadrados, sendo seguida em extensão por Guarulhos (318), Suzano (206) e Caieiras (96).

Ao “Verdejando”, a diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, revelou que este tipo de desmatamento é bastante grave e pode ocasionar uma série de problemas, como a destruição da biodiversidade e impactos na proteção de mananciais, além da possibilidade de comprometer o meio ambiente e o bem-estar da população. Para ela, “o valor (deste desmatamento) é incalculável". 

Prefeitura de Mauá contesta dados 

Procurada, a Prefeitura de Mauá informou em nota que, por meio da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, “preserva áreas da Mata Atlântica, grande parte delas são parques municipais e mananciais, todas protegidas por leis”.

O Executivo mauaense também questionou algumas informações trazidas pelo projeto “Verdejando”, ressaltando que “o levantamento de 2018 é, no mínimo, curioso, pois são informados que alguns hectares tiveram a liberação de desmatamento por conta das obras do Rodoanel Mário Covas, sendo que na verdade, as obras acabaram há cerca de quatro anos”.

A nota continuou dizendo que é “importante destacar também que o levantamento sobre o desmatamento, que não foi detalhado ao Paço, pode constar áreas privadas, não inclusas na proteção ambiental permanente onde a indústria da construção civil tem realizado vultuosos investimentos”.

Por fim, a Prefeitura de Mauá acrescentou que “além de protegermos nossas florestas, também realizamos plantios de árvores com frequência, como, por exemplo, o do dia 21 de setembro, em comemoração ao Dia da Árvore, em que 200 ipês amarelos foram plantados pela cidade”. 

A Mata Atlântica 

A Mata Atlântica é uma das florestas mais ricas em diversidade de espécies e ameaçadas do planeta. O bioma abrange área de cerca de 15% do total do território brasileiro, o que inclui 17 Estados (Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe), dos quais 14 são costeiros. Hoje, restam apenas 12,4% da floresta que existia originalmente e, desses remanescentes, 80% estão em áreas privadas.

Ela é a casa da maioria dos brasileiros, abriga cerca de 72% da população, sete das nove maiores bacias hidrográficas do país e três dos maiores centros urbanos do continente sul-americano. E a floresta possibilita atividades essenciais para a nossa economia – como a agricultura, a pesca, a geração de energia, o turismo e o lazer.